quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Folha da Região - Terapia fotodinâmica poderá ser usada em odontologia

Terapia fotodinâmica poderá ser usada em odontologia

Valéria Dias / Agência USP
Sábado - 09/01/2010 - 17h00

São Paulo - A terapia fotodinâmica, normalmente usada para o tratamento de alguns tipos de câncer superficiais, também pode ser usada para combater fungos e bactérias, tornando-se assim mais uma aliada no tratamento dentário. Na Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da USP, um estudo inédito pretende usar a terapia fotodinâmica para controlar a desmineralização dentária por meio do combate a micro-organismos como o Streptococcus mutans, responsável pela cárie.

O autor do trabalho é o odontopediatra Thiago Cruvinel da Silva, pesquisador da FOB que atualmente realiza seus estudos na Academisch Centrum Tandheelkunde Amsterdam (ACTA), na Holanda, por meio de um doutorado sanduíche.

A terapia fotodinâmica -- também chamada de PDT (na sigla em inglês para Photodynamic Therapy) -- consiste em usar uma substância química capaz de deixar a bactéria sensível à luz (fotossensibilizador). O fotossensibilizador interage com o micro-organismo e depois a luz entra em ação, matando-o. Cruvinel utiliza como fonte de luz um LED (sigla em inglês para Light Emitting Diode, ou Diodo Emissor de Luz) que produz a cor vermelha.

O equipamento usado para emitir o LED foi especialmente desenvolvido para esta pesquisa pelo professor Vanderlei Bagnato, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP.

O odontopediatra conta que os primeiros testes demonstraram que esse equipamento foi eficaz no controle de Streptococcus mutans e Enterococcus faecalis, bactérias previamente crescidas sobre superfícies de dentes bovinos.

O pesquisador lembra que apesar de a terapia fotodinâmica já estar sendo usada para tratar alguns tipos de câncer em hospitais do Brasil, ainda é preciso realizar inúmeros testes para usá-la em tratamentos odontológicos.

De acordo com o odontopediatra, existem outras questões envolvidas no trabalho como, por exemplo, saber se a terapia fotodinâmica pode causar algum dano à polpa dentária ('nervo do dente') ou quais os parâmetros mais adequados para controlar as bactérias.

Cruvinel acredita que em quatro ou cinco anos estarão disponíveis os primeiros resultados bem confiáveis de como utilizar essa técnica sem grandes riscos e obtendo os melhores resultados.

Fonte: http://www.folhadaregiao.com.br/noticia?125908

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